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José Belchior e Felismina Inez

Olhanenses da Culatra, José Rodrigues Belchior e a sua companheira Felismina Inez notabilizaram-se no ano de 1959 por atravessarem o Atlântico, de Olhão a Porto Seguro (Brasil), num pequeno veleiro de 6,5 metros de comprimento e 2 metros de boca - o Natália Rosa -, em consequência de uma simples história de amor proibido.

Tratou-se de uma travessia heróica, atendendo que para além das diminutas dimensões da embarcação, o seu equipamento reduzia-se a uma vela de carangueja, uma bússola e um crucifixo que, para alguns, terá sido o instrumento que os salvou ...

José Belchior nasceu em 1929 e faleceu em 2015. Felismina Inês nasceu em 1932, encontrando-se ainda hoje viva para contar a sua história.

Os pais de José Belchior eram proprietários de uma mercearia na ilha da Culatra e do único barco da carreira que ligava a ilha a Olhão. Monopolizavam ainda todos os divertimentos da ilha, como o café, os matraquilhos, as sessões ocasionais de cinema, e até a televisão que, quando apareceu, deu primeiro entrada na venda do Faz-Gostos (alcunha do pai de Zé Belchior) onde a população pagava para ver.

O jovem Belchior tinha uma compleição física forte, com mais de 1,80 m de altura, e era um bom praticante de boxe e basquetebol no clube desportivo "Os Olhanenses".

Apesar de em termos económicos ser um privilegiado relativamente ao meio da Culatra, ansiava por aventuras e outras paragens não tão limitativas como a sua ilha. Não era um típico marítimo mas o mar foi sempre uma constante na sua vida, tendo cumprido o serviço militar na Marinha, onde aperfeiçoou conhecimentos de navegação.

O Zézinho (como lhe chamavam carinhosamente na Culatra) tinha um grupo de amigos - Eduardo Guerreiro e o Manel da Bateira - com os quais partilhava em segredo os seus sonhos, nomeadamente adquirir um barco que os levasse à Austrália. Alguns pormenores foram febrilmente combinados durante cerca de 3 anos: o percurso seria através do Mediterrâneo com a saída para o Índico, pelo Canal do Suez.

Felismina Inês casou na Culatra com Florimundo, um marítimo jovial e bem disposto que eu próprio conheci, e de quem teve 2 filhos. Infelizmente, o casamento não correu bem e para Felismina, rapariga pobre e ingénua que pouco mais conhecia que a sua ilha, o Zézinho representava a ideia de príncipe encantado, e os afectos foram-se alicerçando com ele.

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José Belchior e Felismina Inês, à chegada ao Brasil
(fotografia saída no Século Ilustrado de 18-7-1959)

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O Pai Belchior (o Faz-Gostos)
(fotografia retirada do programa televisão da SIC - Hora Extra - 2001)

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Zézinho treinando boxe
(fotografia retirada do programa televisão da SIC - Hora Extra - 2001)

Na venda do pai de Belchior havia um poço onde alguns outros ilhéus iam buscar água.

Um dia que Felismina foi ao poço, Belchior meteu-se com a pequena:

- Se me molhas, dou-te um beliscão.

- Só não dás se não quiseres! - responde-lhe rápido Felismina, enquanto lhe joga um pouco de água para os pés.

Belchior, após um momento de surpresa, deu-lhe mesmo o prometido beliscão e, no dia seguinte, Felismina, brincalhona, queixa-se que ficou uma nódoa negra da experiência.

- Então eu quero vê-la - pede-lhe Belchior.

- Só não vês se não quiseres!

Estas respostas põem a cabeça de Belchior em turbilhão, não resistindo a convidar Felismina para um encontro em Olhão, com a desculpa de uma ida ao cinema, sem prever as consequências. Assim nasce o romance proibido!

Lembramos que à época, em Portugal o casamento era uma instituição legalmente indissolúvel, sendo os preconceitos ampliados pela pequenez do meio. Belchior promete a Felismina tirá-la da Culatra e chega a dar-lhe dinheiro para ela ir viver para casa de sua mãe, em Olhão, durante cerca de um ano.

O povo começa a comentar e a família Belchior, principalmente o seu irmão mais novo, pressionam Zézinho para acabar com a situação de adultério que incomodava toda a gente. Ele próprio sentia-se muito incomodado e este sentimento acompanhou-o durante muitos anos depois da fuga ao ponto de, quando voltou à Culatra, 42 anos depois, Zé Belchior ter-se dirigido à nova família do já falecido Florimundo para lhe pedir perdão por todo o mal que lhes causou.

No entanto, naquele ano de 1958 era necessário agir com alguma rapidez porque a situação não poderia eternizar-se!

É então que surge a oportunidade! Dois franceses que na época viviam em Olhão, querem vender uma lancha com 6,5 metros de comprimento. Embora estas embarcações de pesca sejam geralmente abertas, neste caso os antigos proprietários tinham construído um pequeno convés, para lhe dar mais segurança. Belchior negoceia a sua compra por 4.000$00, quantia que pede emprestada à mãe, inventando que apenas pretende utilizá-la dentro da Ria.

Começa então a preparação da viagem em segredo apenas entre Zé Belchior e o amigo José Eduardo Guerreiro. O destino seria o Brasil e não a Austrália devido às dimensões do barco e ao facto de ainda não terem documentação legal. Após alguma indecisão, ambos recusam convidar o seu amigo Manel da Bateira, atendendo este estar de namoro com uma rapariga que viria mais tarde tornar-se sua mulher. Também recusam convidar Felismina que consideravam um estorvo para a viagem, além de que era casada e tinha os dois filhos.

No dia fatídico da partida (1 de Outubro de 1958), Zé Belchior encontra o seu amigo Manel da Bateira em Olhão, durante a tarde, e sem nada lhe contar dá-lhe um abraço, afasta-se de bicicleta e regressa novamente para voltar a abraçá-lo em jeito de despedida. Ao pôr-do-sol Zé Belchior e Eduardo Guerreiro trazem o barco para a Culatra onde chegam já noite.

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José Eduardo Guerreiro

Zé Belchior dirige-se ao pai e conta-lhe que vai fugir do adultério, da vergonha, e partir para a aventura - o Brasil!

Entretanto Eduardo encontra Felismina e não resiste a confessar-lhe o segredo.

Felismina não era rapariga para ficar à espera do seu destino. Lembrou-se que o seu Zézinho lhe tinha prometido não poucas vezes tirá-la da Culatra. Resoluta, não quis tornar-se uma carta fora do baralho: arrumou rapidamente um saco com o imprescindível e dirigiu-se ao barco. Enraivecida com a traição de Belchior prometeu que o denunciaria à polícia se ele partisse sem ela.

É por isso que Belchior, no último momento, decide trazê-la à aventura, até porque estando o barco sem documentação, uma denúncia à polícia seria fatal.

E assim, pela meia-noite do dia 1 de Outubro de 1958, parte este barquinho da Culatra levando a bordo, em silêncio, três sonhos muito diferentes.

Noite dentro, algumas horas depois do barco desaparecer no escuro, o Manel da Bateira, regressado de Olhão, encontra ainda o Pai Belchior sentado na praia a chorar. Só então compreende os abraços que o seu amigo lhe deu essa tarde!

Atravessam primeiro o Atlântico até Marrocos mas quando chegaram a Agadir, as autoridade marítimas não permitiram a atracação do barco, por ausência de documentação legal, pelo que os aventureiros tiveram que descer até Dakar (Senegal). Fazem este percurso em 18 dias e permanecem em Dakar cerca de cinco meses.

O objetivo era alcançarem o Brasil pela rota mais curta possível, entre Dakar e Recife. Atendendo ser necessário dinheiro para o concerto de algumas avarias do barco e a preparação da travessia, Belchior trabalhou como ladrilhador e boxeur, enquanto Felismina lavava roupa e trabalhava como cozinheira na casa de algumas senhoras espanholas.

O Senegal, na época era uma colónia francesa agradável para qualquer branco.

José Eduardo Guerreiro maravilhado com a boa vida noturna de Dakar deixou-se seduzir pela cidade, tão diferente da sua Culatra, e decide abandonar a expedição. Para o substituir, Belchior convidou o espanhol Adrian Léon Diaz, de 25 anos, que então trabalhava como pintor e não tinha qualquer experiência de mar.

Preparam o barco, as três velas (vela de carangueja, estai e bujarrona), mas um pouco antes da partida, roubam-lhes um sextante oferecido por um compatriota, pelo que resignam-se a navegar apenas com a bússola e as estrelas.

Partem de Dakar no dia 22 de Março e levam 99 dias para cumprir a travessia, chegando a Porto Seguro em 29 de Junho de 1959. Nesse momento, Belchior tinha 30 anos, Felismina, 27, e Adrian, 25 anos.

Logo no início da viagem, o barco teve de enfrentar tempestades com ondas de 10 metros. Nesses momentos, José Belchior arreava a vela e armava uma âncora flutuante à proa, para aproar sempre o barco à vaga. Os três tripulantes acomodavam-se como podiam no minúsculo habitáculo e durante a tempestade não podiam cozinhar, pelo que passavam 2 e 3 dias sem comer.

Num belo dia calmo de sol, Adrian deixa cair a única panela para cozinhar, quando a estava a lavar no mar. O desespero de ver a única panela a desaparecer na escuridão abissal do oceano terá sido enorme, embora rapidamente tenham encontrada solução para o problema numa lata de tinta que, depois de muito bem lavada, passou a cumprir esta nova função alternativa. Realça-se que esta lata já servia e continuou a servir uma outra função alternativa - a função de bacio para Felismina ...

Durante os 99 dias que durou a viagem pouco mais viram que peixes-voadores e baleias. Para além do mar tempestuoso, o que mais preocupava Belchior era ter um encontro acidental com baleias durante a cópula, o que poderia tornar-se perigoso para o frágil barco.

Quando o vento escasseava, os homens sentavam-se a remar.

Felismina ajudava como podia, mas as forças começavam a faltar-lhe porque vinha já grávida do Senegal, havendo de dar à luz dois meses depois da chegada ao Brasil.

A dieta dos aventureiros foi-se restringindo, acabando por ser constituída quase exclusivamente de arroz e peixe-voador que ia chocando nas velas da embarcação. A fome apertou de tal forma que Belchior e Adrian perderam cerca de 35 Kg e Felismina, embora grávida, cerca de 17 Kg.

No  final da viagem, encontravam-se numa situação desesperada quando encontraram um petroleiro holandês - o "Kalinga" - que os reabasteceu e permitiu que continuassem. Este petroleiro informou-os que estavam a apenas cerca de 200 milhas do Recife (Brasil).

Quatro dias mais tarde foram parar a uma zona perto de Porto Seguro - Alcobaça (Baía), provavelmente o Monte Paschoal e curiosamente a mesma zona da chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, 500 anos antes! Improvisaram uma jangada com um bidão de 50 litros, um garrafão de vidro de 25 litros e uma pequena vela sobressalente e Adrian remou até à praia. Os primeiros brasileiros que encontrou fugiram. Os seguintes explicaram-lhe onde estava.  Adrian estava tão enfraquecido que não conseguiu regressar sozinho na sua jangada pelo que Belchior, depois de passar um cabo à cintura, teve de nadar para ele. Infelizmente, também Belchior não o conseguia trazer pelo que foi Felismina que puxando o cabo salvou estes dois homens que, depois de sobreviverem a tantas milhas oceânicas, estiveram prestes a afogar-se nesta praia brasileira.

Dos primeiros encontros com a população local,  nasceu o boato que uns aventureiros louros tinham chegado ao Brasil de submarino... e alguns melhoravam a história, inventando que o submarino era russo. Estes delírios são compreensíveis se atendermos que se vivia então a época da Guerra Fria, com a União Soviética a ganhar a batalha do espaço ao ter enviado logo em 1957, o primeiro satélite artificial - o Sputnik 1!

Entretanto o Natália Rosa ainda navegou mais algum tempo até chegarem a Porto Seguro (29 de Junho de 1959) onde o faroleiro local, já avisado, os foi buscar para a entrada no porto.

Na Alfândega perguntam a Zé Belchior porque é que veio ao Brasil. Como a vontade de aventura era uma explicação demasiado banal, ele conta brincando que se os russos tinham enviado o Sputnik para o espaço, o governo português tinha enviado aquele barquinho para o Brasil.

 

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O "Natália Rosa", no Brasil: lancha com 6,5 m de comprimento e 2 m de boca, com um pequeno convés e velas de carangueja, estai e bujarrona.
 

Quando o sucesso da viagem foi noticiado pelos grandes jornais nacionais (Diário de Notícias e Diário de Lisboa) houve grandes manifestações de alegria em Olhão, atendendo os heróis serem pessoas bem conhecidas de todos.

O mesmo sucedeu no Brasil, onde a comunidade portuguesa e a Embaixada Portuguesa no Rio de Janeiro ajudam o trio de aventureiros a refazerem a sua vida.

São imediatamente internados na Casa de Portugal (Rio de Janeiro) onde permanecem durante 3 meses para recuperarem forças.

Felismina, grávida e enfraquecida, sente-se amedrontada no meio do turbilhão de jornalistas, numa terra sem qualquer referência com a sua simples Culatra. Insegura, quando lhe querem atribuir um quarto só para ela, desconfia que a querem separar de Belchior e que este a poderá deixar para sempre. Só descansa quando lhe arrumam um quarto para os dois!


Comissão de homenagem organizada em Olhão em 1959 com Francisco Fernandes Lopes ao centro e, para a direita temos, o irmão de José Belchior, a mãe e o pai.

O Diretor da Casa de Portugal (José Lopes) realiza o sonho de amor, providenciando o casamento de Felismina e Belchior pouco tempo depois da chegada. Também dois meses depois da chegada nasce a menina Fátima Belchior, cujos padrinhos foram naturalmente José Lopes e sua esposa Mariana Matos Lopes.

José Lopes organiza ainda uma coleta entre a comunidade portuguesa e com o dinheiro compra ao casal Belchior uma pequena roça em Porto Tabuado, perto da cidade de Cachoeiros de Macacu, a menos de 100 Km do Rio de Janeiro.

No dia 11 de Novembro de 1959, o casal inicia a sua nova vida nesta roça. Infelizmente, a agricultura dava apenas para subsistência e Felismina ainda deu à luz mais 2 filhos. Assim, Belchior tenta a vida como pescador, já com mais sucesso.

Em Portugal, na pequena ilha da Culatra, a família de Zé Belchior nunca mais recuperou do escândalo e da perca do seu Zézinho. Em 1965, os pais decidem vender todos os seus negócios e partem para o Brasil, deixando sem família o seu irmão mais novo - Salazar -, que vai viver para Setúbal onde se torna o comandante do overcraft que faz a travessia para Tróia.

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Diretor da Casa de Portugal, Dr. José Lopes, e sua esposa, Mariana Matos Lopes
(fotografia retirada do programa televisão da SIC - Hora Extra - 2001)

Com o acordo de Florimundo, os pais de Zé Belchior trazem os dois filhos que Felismina tinha deixado em Portugal e com a sua ajuda financeira, Belchior monta uma pequena mercearia que também  não dá grandes lucros.

Em 1981 o casal separa-se amigavelmente, com a justificação de que a entrada de Belchior na Igreja Evangélica o afastou de Felismina.

Felismina passou a viver com a filha - Fátima - em Cachoeiras de Macacu, muito perto da roça de Porto Tabuado onde Belchior continua a viver, embora casado com uma brasileira do seu culto. Em 2004, Felismina e a filha regressam a Olhão, onde foram ajudadas por antigos amigos da família e pelo próprio Presidente da Junta de Freguesia (Sr. João Peres) a reconstruir a suas vidas.

Apesar do aspecto luminoso e épico desta história, os seus protagonistas sempre sofreram as consequências trágicas da aventura arriscada que um dia, junto ao poço da família Belchior, decidiram iniciar.

Eduardo Guerreiro, primeiro companheiro do trio, depois de permanecer alguns anos em Dakar, gozando a vida fácil da cidade, para a qual ele não estava preparado, acabou por se suicidar por enforcamento no mastro de um barco.

A família Belchior em 1965, acabou por sair da Culatra e desarticular-se entre o Brasil e Portugal.

Zézinho Belchior, que na década de 1950 era um menino rico e bonito da Culatra e Olhão, após a fuga nunca conseguiu sucesso financeiro ou familiar. A saudade da sua ilha, dos amigos que lá ficaram e dos anos dourados que lá viveu, acompanharam-no permanentemente. Por outro lado, nunca se libertou do complexo de culpa de ter induzido Felismina no adultério. Nos últimos anos da sua vida tornou-se pastor evangélico no Brasil e na Argentina. Provavelmente, para ele, Felismina foi apenas uma aventura que não deu certo, mas que de alguma forma, teve de expiar e carregar até ao fim da vida...

Felismina, rapariga bonita da Culatra, demasiado ingénua para diferenciar a realidade do sonho, viu em Zé Belchior o seu príncipe encantado. Apesar da traição ao seu marido Florimundo, Felismina foi sempre extraordinariamente fiel ao seu amor por Zé Belchior. Mesmo após a separação amigável, Felismina continua leal ao sonho que a fez fugir da Culatra e atravessar o Oceano Atlântico. Em 2001, o canal de televisão SIC perguntou-lhe se ainda gostava do seu Zézinho. Felismina embatuca por um longo minuto, as lágrimas começam a correr e, no fim, com um ar gaiato da garota que ainda continua a ser, solta entre dentes: - Pode ser!

 

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Zézinho Belchior e Felismina encontram-se na Culatra em 2001, 42 anos depois da partida para o Brasil.
(fotografia retirada do programa televisão da SIC - Hora Extra - 2001)

Em 2001, a Câmara Municipal de Olhão prontificou-se a pagar as passagens a José Belchior. A filha de seu irmão Salazar consegue contatar pela internet Fátima Belchior. Esta dá-lhe o número de telefone do pai e Salazar telefona ao Zézinho. Chorando, comunica-lhe que a Câmara quer pagar-lhe a viagem para Portugal.

E assim, Belchior regressa pela primeira a vez a Olhão e à sua Culatra. Aí, reencontra novamente o Manel da Bateira e outros amigos, 42 anos depois da fuga, que lhe prestam homenagem descerrando uma placa evocativa em 10 de Junho de 2001.

Juntamente com Felismina, dá uma palestra sobre a sua aventura onde relata com grande detalhe as peripécias da viagem. Apesar da idade, continuava sendo ainda um homem forte, alto, com longas e luminosas barbas brancas, de verbo fácil, delicado no trato, que dava a impressão de misturar a fleuma dum nobre capitão de armada com a robustez de um velho lobo do mar. Faleceu no Brasil, em 2015.

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Zézinho com Manel da Bateira, na Culatra, 42 anos depois...
(fotografia retirada do programa televisão da SIC - Hora Extra - 2001)

António Paula Brito Pina, 2015

Fonte: