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DR. JOSÉ MARIA DE PÁDUA (pai)
(1831-1891)

Médico, magistrado judicial e músico, o Dr. José Maria de Pádua foi uma das mais notáveis figuras do seu tempo na vila de Olhão, onde nasceu em 13 de Junho de 1831 e onde morreu a 18 de Março de 1891. Formado pela Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, regressou à sua terra natal imediatamente após a conclusão do curso e ali casou com uma irmã do seu colega Dr. Estevão Afonso, dando origem a uma família que foi das mais distintas de Olhão e de onde saíram alguns outros médicos notáveis e até um professor universitário de Medicina. O Dr. José de Pádua começou a notabilizar-se na sua terra pela valiosa colaboração que deu ao seu cunhado Dr. Estevão Afonso, na altura da epidemia de cólera morbus que, em 1856, avassalou o concelho de Olhão e grande parte dos concelhos de Tavira e Faro, e que ambos enfrentaram destemida e abnegadamente. Mais tarde, como homem bom do seu concelho, assim sempre ali considerado, elegerem-no Juiz Ordinário efectivo para o exercício de 1858 a 1861 e Juiz Ordinário Substituto para os anos de 1862 e 1863; e em 1876 e 1881 a 1884 exerceu, por escolha do respectivo titular, as funções de Juiz de Direito Substituto da então recém-criada Comarca Judicial de Olhão. Entretanto, e por eleição directa do povo olhanense, desempenhara as funções de Presidente da Câmara Municipal nos biénios de 1864-1865 e 1866-1867, nessa altura muito contribuindo para a futura criação daquela Comarca.

Além de médico, com grande clientela e prestígio na sua terra natal, de verdadeiro filantropo pela forma abnegada como sempre exerceu a sua profissão, e de magistrado judicial distinto, o Dr. José de Pádua foi também grande pianista, compositor e regente musical de muito mérito, como tal ainda hoje é lembrado nos meios musicais portugueses. Como compositor deixou uma Missa (para três vozes e orquestra) que ficou célebre no seu tempo e durante muitos anos se cantou na grandes solenidades religiosas de todo o Algarve, publicou vários trechos para piano e numerosas peças para Bandas Militares, por estas e pelas Filarmónicas de todo o País ainda hoje frequentemente executadas. As suas principais composições foram, todavia, marchas fúnebres, género para que parecia ter especial inclinação e de que igualmente publicou alguns trabalhos de mérito. Como regente, mostrou o seu talento e tornou-se conhecido principalmente à frente do Clube Verdi, orquestra formada por 23 instrumentos de corda e de sopro, por ele fundada em Olhão em 1870, e que se tornou célebre em todo o Algarve pelos concertos de música clássica efectuados durante anos seguidos na sua terra natal e em outras cidades e vilas algarvias, ainda à frente da Filarmónica Euterpe, por ele também fundada no mesmo ano de 1870 e que foi a primeira filarmónica que existiu em Olhão.


Clube Verdi - 
na fotografia encontra-se escrito Olhão, 1º de Janeiro de 1870

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Nobre, Antero - Doze Olhanenses que muito honraram a sua terra - Sep. "A Voz de Olhão", 1987

Nota: É comum em Olhão dizer-se que o conhecidíssimo cardiologista e Prof. Dr. Fernando de Pádua é descendente do José Maria de Pádua. No entanto, de acordo com uma publicação recente (Botelho, Dina - Fernando de Pádua, o homem do coração - Ed. Sete Caminhos, 2005) sobre a ascendência do Prof. Dr. Fernando de Pádua (nascido em 1927 em Faro) é Carlos Maria de Pádua o ascendente directo do Prof. Fernando de Pádua, pertencente à sua 5ª geração, na seguinte sequência: Carlos Maria de Pádua (pai ), Carlos Maria de Pádua (filho), Carlos Fernando Leote de Pádua, Carlos Maria Paraíso de Pádua, e finalmente o Prof. Dr. Fernando de Pádua. Sendo estas informações correctas, é provável que José Maria de Pádua seja irmão de Carlos Maria de Pádua (pai) e ambos filhos de António Maria de Pádua, nascido em Caia (S. Pedro) e de Catarina Balesteros, nascida em Badajoz (Sé).

António Paula Brito, 2009