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Visitar Moncarapacho !!

Moncarapacho apresenta-se como típica vila do Barrocal algarvio, por entre colinas suaves, onde vicejam hortas e pomares e não falta a presença das figueiras, amendoeiras e romãzeiras.

É possível comprovar a presença humana em vestígios arqueológicos pré-históricos e depois a passagem dos gregos, os romanos, os visigodos e árabes.

Destaca-se como sendo a maior e mais antiga freguesia do concelho de Olhão, ainda anterior a este concelho. O primeiro documento oficial que refere a povoação de Moncarapacho data de 1368, ano em que o rei D. Fernando deu "de aforamento a João Afonso e todos os seus sucessores uma vinha e figueiras que tinha em Tavira, em o logo que chamam Moncarapacho".
Apenas em 19 de Junho de 1471 D. João de Melo, bispo do Algarve, separou Moncarapacho da freguesia de Santiago de Tavira, autonomizando a povoação e elevando-a a sede de freguesia, embora continuasse pertencendo ao Termo (ou Concelho) de Tavira até 1826, data em que passou a integrar o Concelho de Olhão.

Na época medieval a região era ocupada sobretudo por Fidalgos que exploravam as zonas agrícolas e, na necessidade de praticar os sacramentos, levou à edificação de uma Igreja aprovada em 1459, este acontecimento conduziu a uma agregação e desenvolvimento da zona envolvente.

Durante o último quartel do século XV e todo o século XVI, Moncarapacho conheceu um grande desenvolvimento populacional, motivado em parte pelo estabelecimento de "famílias nobres" que haviam integrado a empresa dos Descobrimentos no Norte de África. Tal crescimento originou, grosso modo , uma nova estrutura urbana, que a vila mantém até aos dias de hoje.
Este conjunto, que se desenvolveu em torno da igreja matriz, é constituído por casas de dois pisos, de linhas sóbrias, e alguns palacetes, também estes de dois registos. São casas que conservam elementos quinhentistas, e sobretudo casas representativas da arquitectura burguesa do séc. XIX e início do séc. XX, sendo muito influenciadas pelos traços urbanos da vizinha cidade de Tavira.

Em meados do século XVI foi fundada a Misericórdia de Moncarapacho.

Moncarapacho é atualmente e desde inícios do séc. XX conhecida por manter festejos de Carnaval.

 

Igreja Matriz

A primitiva igreja de Moncarapacho foi edificada na primeira metade do século XV, havendo um contrato datado de Outubro de 1453 que autorizava os habitantes da povoação a terem capelão, embora dependessem da freguesia de Santiago de Tavira.

Na atual Igreja Matriz ainda é possível observar os elementos arquitetónicos (cunhais da retaguarda e as nervuras de algumas abóbadas) que a remetem para a sua origem gótica  e medieval.

Contudo, a magnificência fica a dever-se às ampliações quinhentistas que dotaram a igreja de um portal principal que é considerado como uma das mais belas obras de arte renascença do Algarve. Este portal apresenta um  grupo escultórico da Anunciação da Virgem e as imagens dos apóstolos São Pedro e São Paulo.

No interior merecem uma referência especial as pinturas das capelas das Almas, do Calvário e de Santo António e o núcleo de imagens dos sécs. XVII e XVIII, com destaque para as de Nossa Senhora do Rosário e do Senhor da Paciência

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Igreja da Misericórdia

Será necessário solicitar aos funcionários da Igreja Matriz a permissão para uma visita a esta Igreja da Misericórdia.

A Igreja da Misericórdia trata-se de iniciativa particular, que posteriormente foi doada à Misericórdia, a sua data de construção é imprecisa apontando para finais do século XVI inícios do século XVII.

Sofreu obras de remodelação em 1748 e posteriormente em 1842 onde foi alterado o interior e o exterior, embora de uma modo geral a traça original tenha sido mantida.

 No retábulo do altar-mor, que se pode visualizar na figura ao lado, encontram-se seis telas de pintura maneirista (finais do séc. XVI) representando cenas da vida de Cristo.


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Museu Paroquial

Também muito perto da Igreja Matriz, encontram-se o Museu Paroquial e a Capela de Santo Cristo.

O edifício do Museu foi erguido no terreno anexo à Capela de Santo Cristo, surgindo no intuito de constituir um Museu em Moncarapacho, graças à grande persistência do Padre Isidoro Domingos da Silva e da amizade e apoio do estudioso Dr. José Fernandes Mascarenhas, ambos colecionadores durante décadas que decidiram partilhar a sua paixão. Construído entre 1972/ 74, com numerosos donativos de particulares, só será aberto ao público em 1981, devido aos tempos controversos do 25 de Abril de 1974. Surpreende pelo conjunto de interessantes peças de arqueologia (pré-história, período clássico e ocupação árabe), destacando-se o marco miliário da época de César Augusto, peças de etnografia, uma valiosa coleção de imaginária religiosa dos sécs. XVI a XVIII, e um relógio construído pelo famoso relojoeiro inglês John Harrison (criou o primeiro relógio que resolveu o problema do cálculo da longitude nas navegações oceânicas), de que só existem quatro exemplares no Mundo.

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Capela de Santo Cristo e Museu Paroquial

É, porém, o presépio napolitano do séc. XVIII - um dos mais antigos da Europa - a principal atracção do Museu. Composto por um total de 45 peças, representa a adoração do Menino Jesus. As figuras, com cabeça em terracota, pernas e braços em madeira, estão vestidas com sumptuosos trajos da época, a que não falta a presença da prata e do ouro.
Tem visitas guiadas em português, inglês ou alemão nos dias úteis das 11h às 17h (ano 2006).

A Capela de Santo Cristo

Anexa ao Museu, o início da construção deste templo data  de 15 de Fevereiro  de 1632. Foi um local de grandes peregrinações provenientes de todo o Algarve nos sécs. XVII-XVIII e guarda desse período um valioso património.

A construção é barroca do séc. XVIII, de grande simplicidade. O interior está revestido por azulejos policromados de padrão que datam de 1663. Várias telas no seu interior representam cenas da Natividade e um Coração de Jesus. O altar em talha dourada, tem imagens do séc. XVIII. Há ainda uma interessante grade em pau santo (séc. XVII).

Esta capela ainda hoje recebe inúmeras visitas de todo o Mundo atendendo ter fama de "milagreira".

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Capela de Santo Cristo
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Casa-Museu Dr. José Fernandes Mascarenhas

Esta casa pertenceu ao Dr. José Fernandes Mascarenhas, filho ilustre da terra que publicou muitos estudos históricos e arqueológicos do Algarve e particularmente de Moncarapacho.

Esta casa guarda o seu valioso espólio e é uma homenagem à sua vida. Pretende também contribuir para o estudo do património de Moncarapacho,

Está localizada na R. 5 de Outubro, nº 47 (telef. 289792478 / 967556107) e está aberto ao público no seguinte horário: 3ªs, 5ªs feiras e 1º sábado de cada mês das 10h às 13h. Aceitam-se marcações para grupos.

 

Em volta de Moncarapacho existem diversos montes onde em tempos se localizaram ermidas e que actualmente são óptimos miradouros da paisagem circundante.

Na Ermida ou Igreja de S. Sebastião dos Matinhos (em Bias-Norte), dedicada a este santo, tem lugar uma procissão anual, no primeiro domingo que se segue à Páscoa. Conta-se que várias vezes se tentou trazer a imagem do santo para Moncarapacho mas que sempre ele "fugia" para o local onde agora se encontra esta Ermida, pelo que os moncarapachenses tiveram mesmo que a erigir (na porta principal está gravado na pedra a data de 1713).

O  Cerro de S. Miguel (411 m), a cerca de 4 Km a noroeste de Moncarapacho é, sem dúvida, o local que proporciona um dos mais belos panoramas do Algarve, abrangendo a Sul, o litoral de Albufeira a Espanha e, a Norte, o alcantilado da Serra do Caldeirão.

Este Cerro foi sempre um ponto conspícuo muito importante para os marinheiros, desde a Antiguidade - os Gregos chamavam-lhe Montanha Sagrada ou Monte Zéfiro (deus do vento oeste, que os levava para casa...).

Mais tarde, segundo a tradição local, o cerro teria recebido o nome do santo preferido do Infante D. Henrique, atendendo este ter sido o primeiro ponto de terra portuguesa que ele avistara no regresso da conquista de Ceuta. Ainda na primeira metade do séc. XX existia uma cruz de pedra no topo do cerro para assinalar o significado cristão dado ao local.

Segundo a lenda também teria sido o Infante D. Henrique a construir a Ermida de S. Miguel, na encosta norte do Cerro de S. Miguel. Comprovadamente, esta Ermida existe pelo menos desde o séc. XVI e nela ocorreram romarias e pagamentos de promessas até ao séc. XIX.

A Ermida proporciona uma bela vista de S. Brás do Alportel, e a possibilidade de se fazer piquenique em mesas de pedra. No interior encontram-se algumas imagens antigas de Nossa Senhora. Abre todos os terceiros domingos do mês, pelas 17 h, para celebração de missa. Também no Natal, é costume celebrar a Missa do Galo.

Um outro miradouro natural, desta vez situado a nordeste de Moncarapacho, é o Cerro da Cabeça que, para além de panoramas que abrangem um vasto arco do litoral, tem a curiosidade de ser perfurado por numerosas grutas que são as mais profundas do Algarve (gruta da Senhora, do Garrafão, dos Mouros, da Ladroeira Grande e Ladroeira Pequena) e algares (algar Maxila, 90 m; algar da Medusa, 78; algar do João, 60m; algar do Próximo, 35m; etc.). Tudo isto é actualmente só acessível a espeleólogos.
 

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Panorâmica do Cerro da Cabeça: avista-se ao longe Tavira e Vila Real de Sto António, mais à direita está o mar, não incluído nesta fotografia.

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Ermida de S. Sebastião dos Matinhos

 

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Ermida de S. Miguel

 

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Panorâmica do Cerro de S. Miguel: nesta fotografia avista-se ao longe, da esquerda para a direita, uma ponta da ilha da Armona, quase a totalidade da ilha da Culatra-Farol e a cidade de Olhão. Em baixo, vê-se um troço da Via do Infante.