Este projecto para ter sucesso, de acordo com a regulamentação em vigor, teria de obedecer obrigatoriamente a duas condições: ser liderado pela Câmara Municipal de Olhão e abranger um conjunto de parceiros válidos. Por esta razão, e atendendo à urgência inerente ao facto destas candidaturas deverem estar já preparadas em Setembro, a APOS fez em 19 de Julho a proposta à autarquia e imediatamente endereçou o convite de parceria a várias entidades cuja participação considerámos importante, nomeadamente:

- Junta de Freguesia de Olhão;

- Associação da Baixa Comercial de Olhão;

- Grupo Hotéis Real Portugal (empresa que irá construir um hotel perto desta área);

- Departamento de História, Arqueologia e Património (DHAP) da Universidade do Algarve;

- Área Departamental de Arquitectura Paisagista da Universidade do Algarve;

- Parque Natural da Ria Formosa;

- Sociedade Recreativa Olhanense;

- Sociedade Recreativa Progresso Olhanense;

- Cineclube de Olhão.

Infelizmente, em reunião com estes parceiros efectuada dia 30 de Julho, para a qual convidámos também a Câmara Municipal de Olhão, soubemos através de contacto telefónico estabelecido durante a própria reunião com o sr. Presidente da Câmara que, apesar do projecto em causa ter já sido alvo de uma apreciação sumária positiva da parte dos serviços técnicos da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, o sr. Presidente da Câmara Municipal considerou-o inoportuno por, alegadamente, a autarquia estar neste momento, e por coincidência, também já a elaborar um projecto semelhante.

Congratulamo-nos com esta notícia, aliás inédita e surpreendente, por ser a primeira vez que ouvimos do sr. Presidente da Câmara o anúncio de que estava em preparação uma candidatura para reabilitação da zona histórica de Olhão, aos novos fundos do Programa Operacional Regional do Algarve, provavelmente a entrar já em Outubro deste ano.

Lamentamos contudo que este anúncio não nos tenha sido feito por escrito e atempadamente, obrigando os parceiros a comparecer a uma reunião inútil.

Lamentamos ainda que não tenha comparecido, nesta reunião de dia 30 de Julho, nenhum representante da autarquia para explicar a situação a associações e entidades que, pela sua disponibilidade cívica, mereceriam outro tratamento.

Preocupa-nos o facto de o alegado projecto em preparação, não ter ainda parceiros, o que inviabilizará fatalmente o seu sucesso, e leva-nos a concluir que o Sr. Presidente da Câmara desconhece as regras subjacentes a este tipo de candidaturas.

Acreditamos não ser possível encontrar um conjunto de parceiros mais válidos dos que já demonstraram interesse na candidatura.

Isto significa que acreditamos que o Sr. Presidente da Câmara Municipal não terá a capacidade de fazer aprovar uma candidatura de recuperação da zona histórica da cidade, sobretudo porque está afastando ostensivamente os parceiros mais válidos da sociedade civil.

No entanto, a bem de Olhão, e sobretudo dos residentes mais pobres desta zona histórica, queremos acreditar estar enganados.