Doc. 475
Querendo dar um testemunho público do apreço que fazemos do zelo, patriotismo e valor com que os habitantes das províncias do norte e os do Alentejo e Reino do Algarve, depois de terem expulsado das suas províncias as forças francesas que nelas existiam, sacudirem o iníquo jugo que as oprimia, e aclamado o Governo do Príncipe Regente Nosso Augusto e Legítimo Soberano, se propuseram vir libertar a Capital que gemia subjugada pela reunião de todas as forças francesas: Determinamos que todos os indivíduos que compuseram o Exército que das Províncias do Norte vieram em socorro da Capital, fiquem usando, como distintivo, de um laço branco no braço direito; e que os que compõem o Exército que veio do Alentejo e Algarve usem do mesmo laço encarnado. E outrossim determinamos que os Generais destes dois exércitos façam formalizar imediatamente listas nominais, por Corpos, de todos os indivíduos que compuseram primitivamente, ou que se lhes reuniram até ao dia vinte e um de Agosto passado, as quais serão assinadas pelos Chefes dos diferentes Corpos, e remetidas pelos sobreditos Generais à Secretaria de Estado dos Negócios da Guerra, para se haver com eles a todo o tempo a contemplação que merece tão relevante serviço. O Conselho de Guerra tenha assim entendido e faça publicar para esse fim as ordens necessárias.
Palácio da Inquisição, em vinte de Setembro de mil oitocentos e oito.
Transcrição e anotações de Edgar Cavaco