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Levante-se o queixoso!

Esta história é mais uma que aconteceu com o meu tio Domingos Cavaleira, em finais dos anos de 1950.

Este meu tio, a quem chamavam o Tarzan pela largura do corpanzil, tinha também um queixo muito proeminente.

Um dos seus "trabalhos" era permanecer junto da Conservatória de Olhão, e oferecer-se como testemunha de qualquer processo, quando necessário. Por isso recebia uma pequena recompensa que chegava para que os seus vícios fossem sobrevivendo...

Ora uma vez, foi marcada uma audiência no Tribunal de Olhão onde havia um queixoso e um arguido, como é habitual.

O meu tio Domingos Cavaleira foi testemunha do queixoso, e encontrava-se sentado ao seu lado.

Em determinado momento, o Excelentíssimo Juiz ordena:

- Levante-se o queixoso para prestar as suas declarações!

Mas o queixoso permaneceu quieto!

- Levante-se o queixoso! - repetiu o excelentíssimo Juiz!

Mas o queixoso não se levanta, olhando apenas para o meu tio, inquieto...

- Levante-se o queixoso! - diz novamente o Excelentíssimo Juiz com a voz já agastada!

E o queixoso, continuando sem se levantar, mas cada vez mais inquieto, olha para o meu tio e grita-lhe:

- Oh pá! Não 'tás a ouvir? Levanta-te! Tu és o que tens o queixo maior desta sala!...

 

António Paula Brito, 2005